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sábado, 13 de setembro de 2008



Brasileiros vão ajudar a ligar a Máquina do Começo do Mundo
Redação do Site Inovação Tecnológica
10/09/2008

Embora alguns físicos dissidentes estejam afirmando que o LHC (Large Hadron Collider) será a máquina do fim do mundo, podendo criar buracos negros que destruirão a Terra, a maioria da comunidade científica quer mesmo é descobrir os segredos do começo do mundo (veja Buracos negros microscópicos não vão destruir a Terra, garantem físicos).

Maior experimento científico da história

Hoje, dia 10 de Setembro, começarão os primeiros testes de funcionamento daquele que já é considerado o maior experimento científico da história. Em mais ou menos um mês, ele deverá estar em funcionamento total.

Será então o momento da verdade: pela primeira vez na história, os cientistas poderão observar dois prótons chocando-se violentamente um contra o outro, depois de acelerar ao longo de um anel de 27 quilômetros de perímetro, situado a mais de 100 metros de profundidade ao longo da fronteira entre a Suíça e a França.

A data para a inauguração oficial do acelerador está marcada para 21 de outubro, com a presença de presidentes e ministros de Estado da Europa e de outros países que ajudaram a construir o laboratório e que participarão das experiências.

A construção do LHC durou 14 anos, contando com a colaboração e o compartilhamento do conhecimento de 6.000 cientistas de 181 institutos de pesquisas de diversos países. O custo chegou a US$8 bilhões.

Do infinitamente pequeno ao infinitamente grande

O principal objetivo dos experimentos é investigar o infinitamente pequeno, mas também tirar conclusões sobre o infinitamente grande a partir do estudo do choque das partículas subatômicas.

"Embora ainda estejamos muito longe da suposta grande explosão que teria dado origem ao Universo que conhecemos, estamos dando mais um passo importante no caminho de aproximação de algumas das condições de então, ao realizarmos experiências nas energias do LHC", afirma o físico brasileiro Alberto Santoro, que participa do experimento.

Quatro experimentos

"O Brasil não está fora desta nova era da ciência", declarou Alberto Santoro, que é coordenador do grupo da UERJ no Compact Muon Solenoid LHC/CERN. Os físicos brasileiros, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), estão envolvidos nos quatro experimentos do LHC desde a década de 1990.

O LHC é um acelerador, mas cujas peças principais são justamente os sensores que detectam os resultados dos impactos das partículas aceleradas. São quatro aparelhos, reunindo a mais avançada tecnologia hoje disponível: ALICE (A Large Ion Collider Experiment), LHCb (LHC Beauty), ATLAS (A Toroidal LHC Apparatus), e CMS (Compact Muon Solenoid).

Participação brasileira

"O CNPq apóia a participação de pesquisadores brasileiros nos experimentos do CERN entendendo que eles contribuem para o avanço da ciência e para a formação de cientistas de alto nível. Por exemplo, de 1999 a 2004, a agência pagou 100 mil francos suíços por ano para a construção do equipamento referente ao experimento ATLAS. Foram ao todo R$ 1,2 milhão. Além disso, temos apoiado os grupos de pesquisa que participam dessa colaboração oferecendo bolsas para Doutorado Sanduíche com duração ampliada para dois anos", disse o diretor de Programas Horizontais e Instrumentais do CNPq, José Roberto Drugowich.

A participação dos brasileiros envolve pesquisadores, professores, estudantes de universidades e institutos de pesquisa do Brasil. Atualmente, o grupo de física nuclear da USP participa do experimento ALICE, os físicos e engenheiros do CBPF e UFRJ, do LHCb, os grupos da UFRJ e COPPE, do CMS, e os grupos do CBPF, UERJ, UNESP, UFRGS e CEFET, do ATLAS.